sexta-feira, 3 de junho de 2011

Relato fiel sobre a Manifestação contra PL 122

Este é o relato mais fiel sobre a manifestação!
Parabéns à imprensa do Senado.
(ainda bem que alguma coisa funciona por lá!)
[O senador Marcelo Crivella em carro de som usado na manifestação contra o PL 122]

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Os senadores Magno Malta (PR-ES) e Marcelo Crivella (PRB-RJ) participaram de uma manifestação popular na tarde desta quarta-feira (1º), em frente ao Congresso Nacional, contra o projeto (PLC 122/06) que criminaliza a homofobia. A manifestação foi organizada por religiosos ligados a diversas igrejas evangélicas e contou com o apoio de senadores e deputados da Bancada da Família. Lideranças católicas da Pastoral da Família e da Renovação Carismática, ONGs de serviço social e grupos universitários também participaram do evento. Caravanas de outros estados, como Goiás, Bahia e Maranhão, também marcaram presença.
Os manifestantes entregaram ao presidente do Senado, José Sarney, documento com mais de 1 milhão de assinaturas contra o projeto.
- Sem dúvida, o Senado Federal levará em consideração uma manifestação tão expressiva, de mais de um milhão de pessoas - disse Sarney ao receber o abaixo-assinado.
Do alto de um trio elétrico, o senador Marcelo Crivella elogiou o trabalho dos senadores ligados à Bancada da Família e destacou o empenho de lideranças evangélicas na organização do evento. De acordo com o senador, a manifestação reuniu cerca de 80 mil pessoas. No cálculo da Polícia Militar do Distrito Federal, havia entre 15 e 20 mil pessoas. Crivella criticou o PL 122, mas repetiu que respeita os homossexuais.
- Nós amamos os homossexuais - afirmou.
O senador Magno Malta reafirmou o respeito pelos homossexuais, mas criticou o texto do projeto de lei. Segundo o parlamentar, "o anseio grotesco de uma minoria não pode se impor à maioria das famílias brasileiras".
- Não haverá acordo sobre o PL 122 - declarou o senador.
Na saída do encontro com Sarney, Magno Malta disse que a Bancada da Família tem 72 dos 81 senadores e que o projeto "já é um cadáver".
Magno Malta ainda elogiou a presidente Dilma Rousseff, pela decisão de suspender a distribuição do kit anti-homofobia nas escolas. O senador pediu que o governo faça uma campanha promovendo o respeito às minorias, incluindo homossexuais.
Religiosos
O pastor Silas Malafaia, um dos organizadores da manifestação e ligado à igreja Assembleia de Deus, afirmou que o PL 122 ofende a liberdade de expressão e de crença e rasgou uma cópia do projeto. O pastor disse que o protesto não buscava "impedir as práticas dos homossexuais". Com base no artigo 5º da Constituição, Malafaia afirmou que a liberdade de consciência e crença é inviolável.
[Foto: Moreira Mariz / Agência Senado]
- A falta de conhecimento da Constituição federal compromete a cidadania - declarou Malafaia.
O pastor Elton Neres da Silva, da Primeira Igreja Batista do Vicente Pires (DF), participou da manifestação e disse que é contra o PL 122 porque "Deus criou homem e mulher para serem uma só carne".
- Nós amamos os homossexuais, mas temos o direito de dizer que somos contra o pecado - afirmou.
Para Paulo Fernando Melo da Costa, membro do Movimento Católico Pró-Vida e assessor da Frente Parlamentar Católica na Câmara dos Deputados, o PL 122 é inconstitucional na medida em que "veda a liberdade de expressão e religiosa".
A manifestação ainda teve apresentações musicais, pregações e distribuição de panfletos com mensagens contrárias ao aborto e ao homossexualismo.
Namorada
Enquanto a maioria dos manifestantes carregava cartazes, Bíblias e exemplares da Constituição federal, um grupo de cerca de 40 pessoas protestava contra o evento e a favor do projeto de lei, com apitos e palavras de ordem no megafone. A Polícia Militar separou os grupos.
De acordo com Isabela Góis, estudante de 20 anos de Brasília, a aprovação do PL 122 é importante "por criminalizar a homofobia". Para ela, a lei vai além do simbolismo e pode evitar a violência contra os homossexuais.
- Eu e minha namorada já sofremos muita discriminação em bares e outros lugares - protestou.
Tércio Ribas Torres e Elina Rodrigues Pozzebom / Agência Senado

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